terça-feira, 30 de dezembro de 2014

TOPs 10 - Melhores Filmes de 2014

2014 está prestes a terminar e para mim foi ano especial de se ver muitos e MUITOS filmes, especialmente lançamentos que foram excelentes.
Para comemorar essa especialidade vou listar os TOPs 10-Melhores Filmes de 2014. A seleção funcionou da seguinte forma: são duas listas com 10 filmes cada e são divididas entre “alternativos” e “blockbusters”.
ALTERNATIVOS: são películas de arte não muito atrativas ao público.
BLOCKBUSTERS: são filmes populares que obtiveram muito marketing.

Comentem, compartilhem ou ate compartilhem as listas. Então vamos começar: 




Desejo a vida de todos, tudo de bom a melhor.


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Olho de Cão



Olho de Cão”

Escrito por Robson Nakazato
(29/09/2014 – Segunda feira)

AVISO do AUTOR:
– Antes de começar a ler o texto abaixo; a leitura deste roteiro exigirá imaginação do leitor, ou seja, enquanto estiver lendo imaginem como um filme. A narrativa é em “primeira pessoa”, o espectador vê toda ação ocorrer através de algum ponto de vista que na maioria dos casos é por uma câmera segurada por alguém. Exemplos de filmes que utilizaram essa técnica de primeira pessoa são: A Bruxa de Blair (1999), Cloverfield - O Mostro, (2009), a série Atividade Paranormal e Poder Sem Limites (2012).
– Esta crônica é uma homenagem à escritora russo-brasileira Tatiana Belinky, famosa por suas histórias com finais abertos e que fazem o leitor utilizar a imaginação de como será o fim da dela.


Abre a cena com imagem em preto-e-branco. Aparece um jardim gramado fresco, em um dia ensolarado, até que surge um líquido escorrendo ao lado e  uma pessoa com olhar surpreso, vendo diretamente do ponto de vista do leitor. Este chega mais perto para olhar melhor e faz uma cara como se tivesse feito uma cagada. E aí resolve chamar uma garota.

ANTONIO – Letícia! Letícia vem que cá ver! 
LETÍCIA – Ai Meu Deus do céu. (Bota as mãos na boca e no nariz) Nós dois matamos o cachorro do dono.
ANTONIO – Não. Não apenas um cão do síndico. Matamos um cachorro de uma espécie rara, que parece um filhote leão, que é na verdade um cruzamento entre pastor alemão e poodle. E esse cão fazia as pessoas de fora da casa cagarem de medo.
LETÍCIA – O que vamos fazer?
ANTONIO – O que vamos fazer com esse gramado que tá todo borrado de sangue. E ainda o dono vai chegar hoje. Portanto eu sinceramente não sei que devemos fazer.
LETÍCIA – Olha vamos o seguinte: tiraremos esse corpo daí e depois daremos um jeito no gramado.
ANTONIO – Ok.

Letícia se prepara para levantar o cão. Antonio a interrompe e pede para fazer algo antes.

ANTONIO – Espera. Antes, feche os olhos do cachorro.
LETÍCIA – Não. Não consigo. Olhe para os olhos azuis dele são tão cristalinos que não consigo tocá-los.
ANTONIO – Bom, se você tá com essa frescura, eu fecho para não perdermos tempo.

Antonio cobre os olhos do cão e assim tudo fica escuro. Porém imediatamente a imagem se abre sob a perspectiva do cão. Antonio e Letícia se preparam para levantar o cadáver, mas percebem que o olho do animal se abriu.

LETÍCIA – Antonio! O olho dele abriu sozinho!

Antonio fecha novamente os olhos e a imagem fica escura. E mais uma vez o olho se abre e vemos Antonio e Letícia carregando o corpo e depois o deixam  no chão. Os dois percebem que um dos olhos não está mais fechado.

ANTONIO – Cacete desse olho azul cristalino! Letícia, faça o seguinte: pega um pano bem velho, um jornal e uma daquelas sacolas grandes de compras, tipo aquelas do Shopping China grandonas. Vamos enrolar o corpo no pano, depois embrulharemos no jornal, colocamos na sacola e depois enterraremos em um aterro ou lixão.
LETÍCIA – Aterro sanitário ou lixão?!
ANTONIO – É a melhor forma de disfarçar o cheiro.

Letícia fica convencida imediatamente pela ideia de Antonio e vai à busca das coisas exigidas. Enquanto isso, Antonio tenta se distrair e acalmar sua tensão. Começa brincar com os olhos azuis cristalinos do cadáver, abrindo e fechando; como se ele estivesse piscando. Devido essa brincadeira a imagem começa a focar em Antonio, e assim o olho começa a se mover. Até que a brincadeira faz com que o olho saia da cabeça do cachorro, fazendo com que Antonio se assuste.

ANTONIO – O caralho!
LETICIA – O que tá acontecendo aí?
ANTONIO – Nada!

Enquanto os dois estavam falando, o olho saiu rapidamente do campo de visão do Antonio, deixando ele ainda mais nervoso depois de sua idiotice. O olho saiu rolando até ficar embaixo de um arbusto, de onde é possível ver amplamente toda a cena.

ANTONIO – Puta que pariu. Cadê o maldito olho azul?

Antonio ouve Letícia se aproximando e tenta achar alguma coisa capaz de tapar o buraco no crânio canino. Então revolve pegar a própria bolinha pula-pula que tinha o desenho de um olho. Ele a enfiou fundo, dando uma cotovelada como se fosse um martelo até que a bolinha ficou presa. Ele conseguiu fazer tudo isso antes da chegada de Letícia.

LETICIA – Nossa você conseguiu deixar de olho fechado.
ANTONIO – É. Sou foda.

A dupla enrola o corpo embrulhando com o jornal. Antes de carregar o cadáver e levar para o aterro, eles ouvem um barulho de carro chegando e o portão eletrônico começa a abrir. Desesperadamente tentam encontrar um esconderijo. A dupla esconde o morto em um baú, trancam-no e depois colocam um pano por cima do baú. A porta da frente se abre. O dono do cão defunto sai do carro junto com um gato branco. O dono abre a porta da frente e seu gatinho vai em direção ao arbusto onde está o olho. Enquanto Antonio e Letícia cumprimentam o patrão, o mascote felino brinca com olho como se fosse novelo. Quando o dono vai ver o seu gato, ele fica com olhar surpreso e diz para os inquilinos:

DONO – Ei! (Virando a cara para os inquilinos) Mas que PORRA é essa?!

Nessa hora o gato se assusta e joga o olho, que cai em uma poça. Assim a cena fica escura e apenas se ouve os gritos das três pessoas e miados do gato.


Fim

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Imóvel ao Fim de Semana



“Imóvel ao Fim de Semana”
(10/12/2014 – quarta feira)
Escrito por Robson Nakazato


Inicia–se com a imagem em preto e com uma narração em “off ” (narrador em primeira pessoa que relata sem aparecer em cena).

ACADÊMICO – Desde que sai da minha terra natal, Campo Grande, passei a morar em El Dourado por causa da faculdade. Minha vida passou a se tornar uma rotina sistemática; mesmo que eu volte para casa nos finais de semana, ,inha vida se tornou igual àqueles videoclipes no qual o cantor fica numa posição de estatueta reta e o fundo é todo movimentado, na qual o mundo está cada vez mais com pouco tempo. Para entender um pouco do que eu estou falando veja o clipe de Phil Collins (http://www.youtube.com/watch?v=ZQJh-oU0M9Y).

O Acadêmico acorda e ele vê na sua mente a sua rotina diária da semana. Ele permanece reto, em sua posição e o fundo se movimenta de forma frenética, o ambiente se altera com o decorrer de cada dia; até chegar sexta–feira com o Acadêmico sentado em um banco, depois ele se levanta, começa a caminhar e fala novamente com leitor.

ACADÊMICO – Isso mesmo, até os sábados e domingos não servem para “quebrar a rotina”; se fosse ao contrário eu não percorreria 230 km de distância, não perderia exatamente 7 horas na estrada. E ainda mais, às vezes existem obstáculos nos finais de semana. Acompanhem a minha agenda:
Ø  Sextas–feiras:
– Enfrentar 3:30h de estrada pela única empresa de ônibus com o trecho (El-Dorado - Campo Grande), ou seja, você deve se adequar aos horários definidos pela empresa.
Ø  Sábado:
–  Ajudar a fazer o almoço espetáculo (almoços trabalhosos) ;
–  Limpar o quintal;
–  Jogar vôlei de tarde;
–  E a melhor parte do dia: jantar em restaurante.
Ø  Domingo:
– As vezes tenho que ajudar  na realização de alguns eventos;
- E o pior: ver o que final de semana acabou e não consegui aproveitar e nem descansar;
– E nesse dia ainda tenho que voltar  El-Dorado e enfrentar mais uma semana que se inicia.

No dia seguinte, o Acadêmico levanta da sua cama, vai para a universidade, encontra um banco para se sentar e faz perguntas ao leitor:

ACADÊMICO – Mas aí vocês devem estar se perguntando: “por que eu não me recuso ou simplesmente digo NÃO para esses afazeres?”. E eu também te pergunto: “é fácil você dizer NÃO para sua vida?”.

O Acadêmico se levanta do banco.

ACADÊMICO – Se você é bolsista, por exemplo, recebe vales ou recursos financeiros para estudar ou trabalhar em projetos. (O Acadêmico aponta o dedo para esse bolsista do exemplo). Olhem para aquele Sujeito, é um conhecido, que não possui boas condições de vida; ele é um acumulador de bolsas, que ninguém sabe quantas ele tem. Vocês acham que ele diria algum “não” para os projetos que ele faz? Ei Sujeito, chega aí. Me diga se tem coragem de falar algum “não” para algum projeto que você ganha bolsa?
SUJEITO – Olha devido ao meu excesso de bolsas e projetos que participo é muito exaustivo para mim. Mas se eu disser “não” às atividades obrigatórias, corro sérios riscos de perder tudo.
ACADÊMICO – Se sua situação financeira fosse oposta, se seus pais ralassem e conseguissem te manter aqui. Seria possível falar algum NÃO a eles?
SUJEITO – Eu penso da seguinte forma: na situação de negar ajuda no almoço, meu pai diria: “É assim? Ralo para te por na universidade, te dou oportunidade e é assim que você me agradece? Pois não é minha obrigação a fazer isso e já que você se acha o dono do próprio nariz então utilize sua mesada presidencial para pagar suas contas!”. Logo, apesar de ter coisas que não gosto de fazer, tenho a obrigação de cumprir.
ACADÊMICO – Ok. Muito obrigado.

O Sujeito sai de cena. Após o Sujeito se retirar o Acadêmico, olha para leitor querendo lhe dar sermão:

ACADÊMICO – Está vendo? Se você é acadêmico como eu e acha tão simples dizer “não” para sua vida fora da faculdade, você é cego com aqueles que lutam por você.

Acadêmico anda pela cidade e manda seu recado:

ACADÊMICO – A vida sempre é complicada. O desejo de torná-la boa deve ser encarado com responsabilidades, caso contrário, faça uma boa ação e repense em todas as suas atitudes e veja que tem muita gente que gostaria de ter as suas oportunidades.

O Acadêmico senta em um banco de uma praça e olha diretamente a uma grande imagem de Campo Grande.

ACADÊMICO – Sabem o que mais desejo fazer quando vou para lá? Simples! Acordar de manhã; tomar café tranquilamente; sair e ir para o centro da cidade; comprar alguma bobeira; cortar o almoço; e deixar a cozinha quieta.



Fim