segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Casamento Ateu




“Casamento Ateu”
(23/01/2015 – sexta feira)
Escrito por Robson Nakazato


Em um ambiente grande encontram se muitas pessoas sentadas em bancos de igreja para celebrar um casamento ateu. A celebração acontece num cartório e no lugar do padre encontra-se um filósofo.

FILÓSOFO – Senhoras, Senhores e Jovens. Estamos aqui neste lugar para celebrar a união destas duas pessoas e de suas famílias. Diante de todos os presentes aqui estão a testemunhas: os padrinhos e convidados dos noivos agnósticos - Charles e Patrícia. Como esta celebração não exige uma divindade superior podemos iniciar o matrimônio. Peço para que todos estejam ajoelhados e aplaudamos para iniciar a união com sorte.

Todos se ajoelham e dão aplausos por um minuto. O Filósofo pega o microfone apontando para Charles e aponta seu dedo indicador na testa dele.

FILÓSOFO – Charles repita tudo o que eu disser e olhe diretamente para os olhos de Patrícia. Eu Charles Neto...
CHARLES – Eu Charles Neto...
FILÓSOFO – Prometo jurando por todo universo para você Patrícia...
CHARLES – Prometo jurando por todo universo para você Patrícia...
FILÓSOFO – Amá-la, respeitá-la e me responsabilizar por todas as ações e atitudes futuras.
CHARLES – Amá-la, respeitá-la, e me responsabilizar por todas as ações e atitudes futuras.
FILÓSOFO – Até a chegada da morte.
CHARLES – Até a chegada da morte.

Filósofo tira o dedo indicador na testa do Charles. Depois o Filósofo pega o microfone apontando para Patrícia e aponta seu dedo indicador na testa dela.
                                                                                             
FILÓSOFO – Patrícia repita tudo novamente e olhe diretamente nos olhos do Charles. Eu Patrícia Falcão...
PATRÍCIA – Eu Patrícia Falcão...
FILÓSOFO – Prometo jurando por todo universo para você Charles...
PATRÍCIA – Prometo jurando por todo universo para você Charles...
FILÓSOFO – Amá-lo, respeitá-lo, e me responsabilizar por todas as ações e atitudes futuras.
PATRÍCIA – Amá-lo, respeitá-lo, e me responsabilizar por todas as ações e atitudes futuras.
FILÓSOFO – Até a chegada da morte.
PATRÍCIA – Até a chegada da morte.

O Filósofo tira o dedo na testa de Patrícia. Começa falar no microfone.

FILÓSOFO – Durante toda esta oração não houve algum tipo de desrespeito a alguma religião e sem subestimar a crença de cada um. Assim, alguém mais aqui que foi contra este casamento, não disse nada neste momento e calou-se até agora. Portanto eu oficializo este casamento e união das famílias Neto e Falcão. Podem se beijar.

Os noivos se beijam para celebrar suas uniões. Todos se levantam, aplaudem e se fazem cumprimento entre familiares.

FILÓSOFO – Antes de encerar este momento quero avisá-los que este cartório não é apenas um local oficializador de registros.

As paredes atrás do Filósofo se movem de lado, os bancos são retirados por funcionários. Rapidamente chegam vários garçons, animadores de festas e empregados carregando mesas, cadeiras, banquete e qualquer coisa adequada festa (confetes, luzes, música e etc). Até que o Filósofo troca de roupa vira o Mestre de Cerimônia com uma cartola e diz em grego:

MESTRE de CERIMÔNIA – Férte sto tsírko (“Que comece o circo!”)



FIM