quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Pirulito Solucionável

“Pirulito Solucionável”

(20/05/2014 – terça feira)

Escrito por Robson Nakazato



NOTA do AUTOR: nesta publicação é diferente das anteriores. Pois não é  uma escrita de um roteiro comum, isto é na verdade um mini conto com ritmo crescente. 


Tudo começa na forma mais simples e é resolvido sem muito esforço: uma pequena criança chora e seus pais dão um pirulito vermelho só para que ele pare de chorar.
Alguns anos depois a mesma criança já crescida colou na prova, mas é pega no flagra do professor.
Já adolescente, perde sua virgindade com a namorada deslocada. E rapidamente repentina cai na realidade crucial da vida de adulto, tendo a partir daí encarar duas responsabilidades: o nascimento de seu primeiro filho e ingressão acadêmica na UFGelD (Universidade Federal da Grande el Dorado).
Um dia durante sua graduação ele elaborou um puta de um projeto perfeito para ser roubado como um TCC. Porém sente tensão de executá-lo pois está com uma sensação de estar com a corda no pescoço na ponta dos pés circulando, por estar com dividas com DP.
Após muitos anos de muito esforço e batalha como administrador gestor de ensino a educação (desde escolas até reitoria), está prestes a concorrer às eleições. O que ele não esperava vir em sua campanha de candidato, algumas marcas do passado não esquecidas pelas pessoas que sofreram por suas ações.
Mas quando o sistema é perfeito às vezes é muito difícil reverte-lo. Hoje como candidato eleito com 4 anos de governança, fuma seu charuto, bebe um copo de mistura Jack Daniels & Johnny Walker e olha pela janela vendo sua cidade que irá dominá-la. Seu assistente lhe pergunta o que fará agora?
- “Esperamos. Esperamos até alguém deste lugar chore, até toda esta cidade choramingar coletivo. Aí damos a eles isto (levanta aquele mesmo pirulito vermelho) como se fosse algo massivo (faz um pequeno sorriso de malandro)”.



“Não tem FIM até que a situação atual não mude”

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Inscrição

“Inscrição”

(31/03/2014 – segunda feira)

Escrito por Robson Nakazato



Uma mulher termina de fazer a inscricao de um candidato calouro e dá lhe as boas vindas dando um aperto de mãos. E depois chama a próxima pessoa da fila.

MULHER – Próximo.

Uma pessoa se levanta e vai em direção à mulher. (Só que sem mostrar o seu rosto e a cor de pele. Assim ele está bem agasalhado). O candidato dá os documentos (CPF, titulo eleitoral e do exercito, e até o RG com a foto de seu rosto de cor amarela).

MULHER – Bem. Eh Bryon Barr. Você fala português?
BRYON – Sim. Falo fluentemente.
MULHER – OK. Pelo que consta no sistema você se inscreveu pelo ENEM como cotista e  alega que sua cor de pele é amarela.
BRYON – Sim. Por que tem algum problema com a minha coloração?! Você tá achando que me pintei para entrar aqui e depois você poder me humilhar pensando que trapaceei. Isso é preconceito racista e vou chamar os responsáveis aqui pelos meus direitos humano...
MULHER – Calma meu jovem, por favor, acalmes-se. Eu não quis te ofender pela cor de raça. É que para candidatos que são cotistas precisam ser avaliados por mim.
BRYON – E o que vai fazer?
MULHER – Bem eu farei uma serie de perguntas a respeito sobre você. Vamos lá.
BRYON – Tudo bem manda ai. Que to pronto.
MULHER – Onde seus pais nasceram?
BRYON – Minha mãe é daqui mesmo se não me engano na Amazônia ou Mato Grosso Sul. Porque ela é descendente indígena.
 MULHER – E seu pai.
BRYON – Eu não sei muito a respeito sobre ele. Sei que ele é americano nascido numa cidade escondida e não localizada nos EUA.
MULHER – Onde eles estão agora?
BRYON – Já morreram há muito. Em algum lugar cada um.
MULHER – Tem algum parente?
BRYON – Não. Todo mundo já foi. Sou o único sobrevivente desta família. Estou neste país por acaso.
MULHER – Nunca pensou fazer um teste de DNA?
BRYON – Teste de DNA aqui?
MULHER – A respeito sobre o seu pai por acaso ele era também indígena?
BRYON – Não. Ninguém nunca falou a respeito sobre ele. Alguns parentes meus disseram que ele era um bêbado que morava ou frequentava num bar naquela cidade sem localização; por isso pelo sobrenome. Mas alguns tios meus haviam dito que ele era um gênio da informática que tinha louca obsessão de que querer pegar uma mulher de vestido verde e cabelo azul.
MULHER – Como é que eles se conheceram?
BRYON – Não sei. Se não me engano minha mãe foi drogada ou embriagada pelo meu pai e ai deu role.
MULHER – Bem agora quero saber sobre a sua situação financeira. Você trabalha ou alguém te sustenta?
BRYON – Sou sustentado por uns parentes dos meus avos. Eles pagam as contas do lugar onde eu moro.
MULHER – Ok. Você já me mostrou todos os documentos de inscrição e passou pela minha avaliação. Agora vá aquele rapaz ali para tirar uma foto para sua carteirinha.
BRYON – Pera aí! Até aqui na universidade vocês fazem caridade para os ingressantes?
MULHER – É. Mais ou menos. Porque na inscrição feita na internet você se inscreveu como cotista de cor amarela.
BRYON – Porra vocês conseguem fazer isso com pessoas de outras cores alem do branco! Nossa mas que maravilha aqui, fiz uma prova nacional com respostas disponíveis na internet e sem ter feito um projeto durante o colegial. Caralho, velho! Meu país as universidades só entram com execução de mini-projetos e QI cerebral dos estudantes.
MULHER – Pois é. A inteligência sempre está inferior às emoções e a religião. E também nas escolas as pessoas são fracas sensitíveis ao bullying e não conseguem dar um dane-se a essas coisas.
BRYON – Nos colégios da minha cidade alunos que atrasam ou atrapalham são suspensos ou expulsos. Muito obrigado.
MULHER – Seja bem vindo.

Bryon sai de cena. A mulher tenta se acalmar e recuperar o seu estado normal para chamar outro candidato.

MULHER – Próximo.

A mulher mexe no computador para esperar a chegado da próxima pessoa. Esta pessoa se senta em frente à mulher. A mulher olha para o próximo candidato, olha para a pessoa (com olhar arregalado) e este fala.

CANDIDATO – Oi. Aqui é o concurso publico para humoristas animarem os acadêmicos de graduação, doutorado e mestrado na universidade? [Está pessoa é Estatua 2 (Fabio Pochart-no video ESTÁTUAS do Porta dos Fundos) pintado de dourado].




Fim