quinta-feira, 8 de março de 2018
Top 10: Melhores Filmes Alternativos de 2017
Antes tarde do nunca chegou a hora de falar o que de melhor ocorreu nas produções artísticas de 2017.
Vamos lá:
10° - "The Shape of Water" ou "A Forma da Água" dirigido por Guillermo del Toro
Quem tem uma bagagem cinéfila pode achar que o filme de Del Toro é uma mistura de O Monstro da Lagoa Negra (1953) e O Fabuloso Destino de Amelie Poulin (2001), só que a obra consegue ir um pouco mais além dessa comparação. A história é um romance entre uma mulher e uma criatura aquática mas ainda contém várias sub-tramas de gênero (filme de monstro, ficção-cientifica, thriller de guerra-fria e filme envolvendo preconceitos) por incrível não viram bagunça tudo isso é nuância e ainda tem pequenas homenagens ao cinema. Isso sem falar de todos bons aspectos técnicos, das atuações e também da hipnótica trilha sonora do Alexandre Desplat que fazem mergulhar nessa fantasia vencedora do Oscar de melhor filme. Vale o decimo lugar.
9° - "Mother!" ou "Mãe!" dirigido por Daren Aronowski
Depois de incomodar muita gente com Noé (2014), Aronowski novamente utiliza analogias bíblicas e sociais fazendo várias metáforas de trajetórias conhecidas para incomodar o público de uma forma muito semelhante que lembrou o cultuado "O Anjo Exterminador" (1962) de Luis Buñuel. Não é para todos os públicos porque não dá para assistir apenas na superfície é necessário abrir a mente e tentar descobrir o tipo de trajeto o filme está seguindo. Enfim Mãe! é segundo filme mais perturbador de 2017 e por isso está em nono lugar da lista.
8° - "The Disaster Artist" ou "O Artista do Desastre" dirigido por James Franco
Quem achou que La La Land era um retrato muito romantizado da realidade em Hollywood este consegue ser bem mais pé no chão e pouco mais realista. Mas não é apenas uma representação sobre os bastidores do pior filme de todos os tempos o longa também aborda os métodos de como produzir um filme, a questão de sempre seguir os sonhos mesmo recebendo muitos "nãos" e quando as oportunidades não aparecem às vezes é importante se arriscar e abraçar a reação do público independente do resultado final. Aliás uma recomendação é assistir primeiro The Room (2003) obra do Tommy Wiseau que originou toda essa história antes de ver O Artista do Desastre, não é obrigatório mas ajuda na contextualização. O Artista do Desastre deveria ter ganhado Oscar de melhor roteiro adaptado e o James Franco, que apesar do envolvendo com assédio sexual, merecia sim ser indicado ao Oscar de melhor ator. Vale o oitavo lugar da lista.
7° - "The Killing of a Sacred Deer" ou "O Sacrifício do Cervo Sagrado" dirigido por Yorgos Lanthimos
Do mesmo diretor de Dente Canino (2010) e The Lobster (2015) este é sem dúvidas o longa mais estranho e perturbador de 2017. Nos minutos iniciais a primeira impressão é uma estranheza inofensiva tendo personagens com reações robóticos e situações incomuns. Mas a medida que a trama avança aí toda aquela delicadeza sai e entra um terror psicológico com contexto genial mas muito incomodo até chegar ao seu climax que é algo inimaginável. Não dá para falar muito porque qualquer detalhe pode ser um risco de spoiler. Apesar de toda essa perversidade nada tira as qualidades técnicas e da abordagem do filme e que merece o sétimo lugar da lista.
6° - "Teströl és Lélekröl" ou "Corpo e Alma" dirigido por Ildikó Enyedi
A primeira vista na história chega até parecer algum clichê de um filme romântico ou até mesmo uma comédia-romântica. Mas o roteiro não tem a intenção de gerar algum tipo de humor açucarado na trama, o foco é demonstrar os relacionamentos humanos da forma mais áspero e também falar muito sobre solidão. Junte isso uma boa direção, as ótimas atuações dos protagonistas e ser o melhor dos indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro que justificam o sétimo lugar.
5° - "The Flroida Project" ou "Projeto Flórida" dirigido por Sean Baker
Ótimo retrato humano de um grupo de pessoas da classe a beira da miséria e que na intimidade são gente como a gente. O fato do ambiente onde o filme se passa estar próximo da Disneylandia te dá um contraste de realidade impressionante o que fisga a sua atenção. Mas o maior trunfo é descoberta das estreantes Bria Vinaite e Brooklynn Prince interpretando respectivamente mãe e filha com atitudes dúbias e sem algum futuro. E sem contar com Willem Dafoe que está incrível no papel do gerente com caráter paterno e se tornou o personagem mais carismático de 2017. Vale o quinto lugar da lista.
4° - "A Ghost Story" dirigido por David Lowery
É o filme mais minimalista e simples do ano mas que tem um grande enredo ao abordar temas sobre a vida, morte, luto, tempo e espaço. Claro que é para qualquer um porque não há respostas fáceis e o ritmo é lento. Por mais desafiador que seja, é o filme mais original do ano e consegue contar sutilmente sua história com as imagens e não verbalizando. Merece o quarto lugar da lista.
3° - "Bingo: O Rei das Manhãs" dirigido por Daniel Rezende
Confesso que antes eu não esperava muita coisa até assisti-lo e ficar completamente surpreendido algo que não via no cinema desde Tropa de Elite 2. A experiência de editor / montador do Daniel Rezende trouxe melhor segurança na hora de estrear como diretor. O fato de trocar o nome Bozo por Bingo dá uma melhor liberdade de contar a história e também ser nostálgico sobre a cultura pop dos anos 80 no Brasil. É um dos poucos filmes brasileiros que conseguem equilibrar drama e comédia sem cometer exageros. Mas o show é do Vladimir Brichta que prova ser ator de cinema no mesmo nível dos colegas baianos Wagner Moura e Lazaro Ramos, e também entregar o mais novo personagem icônico do cinema nacional. Terceiro lugar da lista.
2° - "Three Billboards Outside Ebbing, Missouri" ou "Três Anúncios Para Um Crime" dirigido por Martin McDonagh
Um dos melhores retratos de personagens carregados de falhas que são questionados suas maneiras de como lidar com o ódio e como esse sentimento se torna um veneno que consume e corroê o ser humano. Por mais que tenha um assunto trágico e pesado o roteiro também injeta humor negro sem desequilibrar a sua narrativa. O elenco é o principal destaque principalmente Woody Harrelson e oscarizados Frances McDormand e Sam Rockwell. Vale o segundo lugar da lista.
1° "Blade Runner 2049" dirigido por Denis Villenueve
Esta sequencia fez o impossível. Tinha uma grande probabilidade de dar errado e manchar o legado do original; mas graças a presença do ótimo diretor Denis Villenueve se provou que podia dar continuidade mantendo toda a essência do antecessor e expandir sua filosofia humanista existencialista. Os todos aspectos técnicos são excelentes principalmente os efeitos visuais e a fotografia que ganharam Oscar. E para fechar o filme tem o melhor final com aquela música "Tears in the Rain" que ficou icônico no passado e aqui deu um grande desfecho. Por essas e outras que eu considero Blade Runner 2049 o melhor filme de 2017.
MENÇÃO-HONROSA
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